Na aula do dia 20.11.2012 os alunos do curso de Direito/UFC e integrantes do NAJUC/UFC ofereceram ao alunos da disciplina Planejamento do Espaço Familiar uma palestra que abordou a temática o Direito à Cidade.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
[VÍDEO] Visita da Raquel Rolnik a Fortaleza (15 e 16 de junho de 2012)
Fazendo uma breve pesquisa no Youtube, reunimos nesse post alguns vídeos gravados durante a Visita da Raquel Rolnik a Fortaleza (15 e 16 de junho de 2012).
Nesses vídeos a Relatora Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada observa, esculta, conversa, debate e orienta os moradores das nove comunidades visitadas por ela sobre o direito que lhes és assistido: o "direito à moradia adequada".
Vídeo 01: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 1
Vídeo 02: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 2
Vídeo 03: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 3
Vídeo 04: "Quem dera ser um peixe" presente na visita da Raquel Rolnik ao Poço da Draga
Vídeo 05: Visita da Raquel Rolnik no Poço da Draga - Parte II
Vídeo 06: Visita da Raquel Rolnik no Poço da Draga - Parte II
Nesses vídeos a Relatora Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada observa, esculta, conversa, debate e orienta os moradores das nove comunidades visitadas por ela sobre o direito que lhes és assistido: o "direito à moradia adequada".
Vídeo 01: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 1
Vídeo 02: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 2
Vídeo 03: Raquel Rolnik em Fortaleza - A copa que ninguém vê - Parte 3
Vídeo 04: "Quem dera ser um peixe" presente na visita da Raquel Rolnik ao Poço da Draga
Vídeo 06: Visita da Raquel Rolnik no Poço da Draga - Parte II
terça-feira, 13 de novembro de 2012
[REPORTAGEM] Conheça os melhores e piores bairros da Capital
Pesquisa leva em conta índices relacionados à proporção de domicílios ligados à rede de água, coleta de lixo e energia
Qual a relação entre os bairros Bom Futuro e Cidade 2000 e Manuel Dias Branco e Sabiaguaba? À primeira vista, nenhuma. Entretanto, os dois primeiros são considerados os bairros com melhor infraestrutura domiciliar de Fortaleza, enquanto os últimos têm as piores condições, conforme pesquisa divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), tendo como base dados do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Liderando o ranking dos bairros com melhor infraestrutura domiciliar da Capital está o Bom Futuro (próximo ao Montese), em seguida, Cidade 2000, Conjunto Ceará I, Meireles, Cocó, Praia de Iracema, Bairro de Fátima, Estância (Dionísio Torres), Damas e Varjota. Com os dez piores índices, estão: Manuel Dias Branco (próximo à Cidade 2000), Sabiaguaba, Pirambu, Pedras (próximo ao Conjunto Palmeiras), Parque Presidente Vargas, Arraial Moura Brasil, Praia do Futuro II, Siqueira, Praia do Futuro I e Ancuri.
A pesquisa leva em conta indicadores relacionados à proporção de domicílios ligados à rede geral de água, existência de banheiro exclusivo, esgotamento sanitário adequado, presença de energia elétrica e coleta de lixo realizada por serviço de limpeza. Foi gerado, também, um Índice Sintético de Condições Domiciliares (ICD), visando identificar quais bairros têm as melhores e piores condições, levando-se em consideração a análise conjunta dos cinco indicadores.
Coleta de lixo
Em relação à coleta de lixo, a pesquisa aponta que Fortaleza caminha para a universalização, com 98,75% das residências com coleta realizada por empresa de serviço de limpeza. Três bairros tiveram percentuais abaixo de 90%: Manuel Dias Branco (87,33%), Pedras (79,46%) e Sabiaguaba (78,18%).
Na Capital, 93,31% das residências estão ligadas à rede geral de água. No entanto, em alguns bairros, essa proporção foi abaixo de 80%, a exemplo da Vila Velha (77,36%), Sabiaguaba (66,84%) e Jardim Guanabara (55,84%). O dado mais positivos que a pesquisa traz é no quesito fornecimento de energia elétrica, no qual o Ceará caminha para a universalização. Em todo o Estado, 98,94% das residências possuem abastecimento de energia. Na Capital, essa proporção é ainda maior (99,70%).
Avaliando as residências com existência de banheiro de uso exclusivo, o Ceará apresentou uma média de 84,38%, enquanto Fortaleza 98,60%. O único bairro com média abaixo de 90% é o Manuel Dias Branco.
Menos de 60% das casas da cidade estão ligadas à rede geral de esgoto. No Ceará, 32,76% apresentavam esse serviço em 2010, enquanto em Fortaleza 59,56%. Chama atenção a desigualdade na oferta deste serviço. Enquanto a Cidade 2000, Conjunto Ceará I, Meireles, Bom Futuro e Parreão possuem mais de 98% dos domicílios ligados a rede geral de esgoto, o Parque Santa Rosa, Parque Manibura, Curió, Parque Presidente Vargas e Pedras têm menos de 5%.
Em nota, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) diz que não teve acesso ao estudo, mas informa que o índice de cobertura de abastecimento é de 98,47% e o de esgotamento sanitário é 53,63%.
A professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do Observatório das Metrópoles, Clélia Lustosa, destaca que, nos anos 1990, com a implantação do projeto Sanear I e II, ocorreu uma ampliação da rede de esgoto para 60%. No entanto, afirma que a cidade cresceu descontroladamente para áreas sem esta infraestrutura, regiões de ocupação e favelas.
Nos conjuntos habitacionais, espaços planejados, como Conjunto Ceará, José Walter, Cidade 2000 e Conjunto Palmeiras, as estações de tratamento de esgoto foram construídas quando nasceram os bairros. "O Estado tem que investir na rede de esgoto, levando em conta a densidade populacional", frisa.
Qual a relação entre os bairros Bom Futuro e Cidade 2000 e Manuel Dias Branco e Sabiaguaba? À primeira vista, nenhuma. Entretanto, os dois primeiros são considerados os bairros com melhor infraestrutura domiciliar de Fortaleza, enquanto os últimos têm as piores condições, conforme pesquisa divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), tendo como base dados do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Liderando o ranking dos bairros com melhor infraestrutura domiciliar da Capital está o Bom Futuro (próximo ao Montese), em seguida, Cidade 2000, Conjunto Ceará I, Meireles, Cocó, Praia de Iracema, Bairro de Fátima, Estância (Dionísio Torres), Damas e Varjota. Com os dez piores índices, estão: Manuel Dias Branco (próximo à Cidade 2000), Sabiaguaba, Pirambu, Pedras (próximo ao Conjunto Palmeiras), Parque Presidente Vargas, Arraial Moura Brasil, Praia do Futuro II, Siqueira, Praia do Futuro I e Ancuri.
A pesquisa leva em conta indicadores relacionados à proporção de domicílios ligados à rede geral de água, existência de banheiro exclusivo, esgotamento sanitário adequado, presença de energia elétrica e coleta de lixo realizada por serviço de limpeza. Foi gerado, também, um Índice Sintético de Condições Domiciliares (ICD), visando identificar quais bairros têm as melhores e piores condições, levando-se em consideração a análise conjunta dos cinco indicadores.
Coleta de lixo
Em relação à coleta de lixo, a pesquisa aponta que Fortaleza caminha para a universalização, com 98,75% das residências com coleta realizada por empresa de serviço de limpeza. Três bairros tiveram percentuais abaixo de 90%: Manuel Dias Branco (87,33%), Pedras (79,46%) e Sabiaguaba (78,18%).
Na Capital, 93,31% das residências estão ligadas à rede geral de água. No entanto, em alguns bairros, essa proporção foi abaixo de 80%, a exemplo da Vila Velha (77,36%), Sabiaguaba (66,84%) e Jardim Guanabara (55,84%). O dado mais positivos que a pesquisa traz é no quesito fornecimento de energia elétrica, no qual o Ceará caminha para a universalização. Em todo o Estado, 98,94% das residências possuem abastecimento de energia. Na Capital, essa proporção é ainda maior (99,70%).
Avaliando as residências com existência de banheiro de uso exclusivo, o Ceará apresentou uma média de 84,38%, enquanto Fortaleza 98,60%. O único bairro com média abaixo de 90% é o Manuel Dias Branco.
Menos de 60% das casas da cidade estão ligadas à rede geral de esgoto. No Ceará, 32,76% apresentavam esse serviço em 2010, enquanto em Fortaleza 59,56%. Chama atenção a desigualdade na oferta deste serviço. Enquanto a Cidade 2000, Conjunto Ceará I, Meireles, Bom Futuro e Parreão possuem mais de 98% dos domicílios ligados a rede geral de esgoto, o Parque Santa Rosa, Parque Manibura, Curió, Parque Presidente Vargas e Pedras têm menos de 5%.
Em nota, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) diz que não teve acesso ao estudo, mas informa que o índice de cobertura de abastecimento é de 98,47% e o de esgotamento sanitário é 53,63%.
A professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do Observatório das Metrópoles, Clélia Lustosa, destaca que, nos anos 1990, com a implantação do projeto Sanear I e II, ocorreu uma ampliação da rede de esgoto para 60%. No entanto, afirma que a cidade cresceu descontroladamente para áreas sem esta infraestrutura, regiões de ocupação e favelas.
Nos conjuntos habitacionais, espaços planejados, como Conjunto Ceará, José Walter, Cidade 2000 e Conjunto Palmeiras, as estações de tratamento de esgoto foram construídas quando nasceram os bairros. "O Estado tem que investir na rede de esgoto, levando em conta a densidade populacional", frisa.
FONTE: FONTE:LUANA LIMA (Repórter)
Visita da Raquel Rolnik a Fortaleza (15 e 16 de junho de 2012)
Semana passada, nos dias 15 e 16, estive em Fortaleza a convite
de associações de moradores, entidades de defesa de direitos humanos e
ativistas pelo direito à moradia para visitar comunidades que estão
sendo afetadas por obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014. Nos dois
dias de visita, tive a oportunidade de conversar com moradores de nove
comunidades e ver de perto a situação em que se encontram. Na
sexta-feira, visitei quatro comunidades ameaçadas de remoção por conta
das obras do VLT (o veículo leve sobre trilhos, apelidado em Fortaleza
de “vai levando tudo”). No sábado, visitei ainda a comunidade do Poço da
Draga e o bairro do Serviluz, que serão afetados por projetos de
urbanização da orla – o Acquário do Ceará
e a Aldeia da Praia, respectivamente; e também as comunidades
Jangadeiro e João XXIII e a Trilha do Senhor. Além das visitas,
participei de uma audiência pública na Câmara Municipal de Fortaleza e
de um debate no auditório da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Ceará.
É importante lembrar que Fortaleza tem mais de 600 comunidades que surgiram a partir de ocupações de baixa renda. Os moradores destas comunidades, sem garantia da segurança da posse, constantemente veem ameaçado o seu direito de permanecer onde estão. Quando se trata de comunidades localizadas em áreas muito bem servidas de infraestrutura, perto do centro e de áreas de maior renda, a situação é de uma vulnerabilidade ainda maior. Ou seja, a combinação da insegurança da posse com o fato de serem comunidades de baixa renda localizadas em frentes de expansão imobiliária tem feito dessas comunidades focos preferenciais para a passagem de obras como a do VLT ou mesmo de projetos de urbanização que retiram a população desses lugares.
Nas conversas que fiz com os moradores das comunidades, dois pontos, em especial, me chamaram a atenção: a falta de informação e de canais de diálogo com o poder público e a forma como estão sendo feitos os reassentamentos. Ouvi muitos relatos especialmente sobre os locais de reassentamento. Segundo os moradores, em geral, estão sendo oferecidas alternativas de moradia em locais muito distantes do original.
Uma senhora que tem um filho com deficiência – que, portanto, precisa de tratamento médico constante e de fisioterapia – disse que o conjunto habitacional que o poder público apresentou como alternativa à atual moradia fica num lugar muito distante do atual, sem transporte público fácil. Muitos idosos também se disseram preocupados com esta questão. Morando há décadas na mesma comunidade, muitos não sabem, por exemplo, como darão continuidade a seus tratamentos de saúde se tiverem que morar em locais distantes, onde não existem postos de saúde, nem rede de transporte público. Também ouvi relatos sobre conjuntos habitacionais que estão sendo construídos em aterros sanitários ou em locais onde funcionaram lixões, como é o caso de um conjunto que ficará muito próximo do antigo lixão do Jangurussu.
A falta de informações, de conhecimento dos projetos e de canais de diálogo com o poder público é também uma constante em todas as comunidades. Sem nenhuma conversa prévia, de repente, um morador acorda de manhã cedo e vê pessoas medindo e marcando sua casa, sem saber o que se passa.
Além disso, mudanças recentes no plano diretor municipal dificultaram ainda mais a situação dessas comunidades. Com essas mudanças, propostas pelo Executivo, foram retirados das áreas de Zeis (Zona Especial de Interesse Social) os imóveis vazios próximos às áreas onde estão comunidades que foram definidas como Zeis para que pudessem ser urbanizadas e consolidadas. Ou seja, nestas áreas, agora, será ainda mais difícil transformar imóveis vazios em habitação de interesse social. E nas proximidades de muitas das comunidades que hoje estão sendo removidas existem muitos terrenos e imóveis vazios que poderiam ser reutilizados e servir de alternativa de moradia a essas pessoas.
Apesar do quadro preocupante, fiquei feliz em ver que existe uma pluralidade de atores sociais – organizações, movimentos populares, ONGs, associações de moradores, universidades, defensores públicos, parlamentares etc – articulados em torno dessa questão, tentando de alguma forma encontrar saídas para as comunidades que já estão sendo ou que serão afetadas. Uma das comunidades que visitei na sexta-feira, a Aldaci Barbosa, por exemplo, obteve uma grande vitória junto ao Governo do Estado: discutindo o projeto, que previa a remoção de toda a comunidade por conta das obras do VLT, os moradores conseguiram alterar vários pontos e com isso o número de famílias a serem removidas foi bastante reduzido.
Não tive a oportunidade de conversar com a Prefeitura de Fortaleza e com o Governo do Estado do Ceará. Tentei agendar reuniões com antecedência, mas não tive sucesso. Infelizmente, o que eu vi na capital cearense se enquadra no mesmo padrão de violação de direitos que vem ocorrendo em outras cidades-sede da Copa do Mundo que já tive oportunidade de visitar.
FONTE: Blog da Raquel Rolnik
É importante lembrar que Fortaleza tem mais de 600 comunidades que surgiram a partir de ocupações de baixa renda. Os moradores destas comunidades, sem garantia da segurança da posse, constantemente veem ameaçado o seu direito de permanecer onde estão. Quando se trata de comunidades localizadas em áreas muito bem servidas de infraestrutura, perto do centro e de áreas de maior renda, a situação é de uma vulnerabilidade ainda maior. Ou seja, a combinação da insegurança da posse com o fato de serem comunidades de baixa renda localizadas em frentes de expansão imobiliária tem feito dessas comunidades focos preferenciais para a passagem de obras como a do VLT ou mesmo de projetos de urbanização que retiram a população desses lugares.
Nas conversas que fiz com os moradores das comunidades, dois pontos, em especial, me chamaram a atenção: a falta de informação e de canais de diálogo com o poder público e a forma como estão sendo feitos os reassentamentos. Ouvi muitos relatos especialmente sobre os locais de reassentamento. Segundo os moradores, em geral, estão sendo oferecidas alternativas de moradia em locais muito distantes do original.
Uma senhora que tem um filho com deficiência – que, portanto, precisa de tratamento médico constante e de fisioterapia – disse que o conjunto habitacional que o poder público apresentou como alternativa à atual moradia fica num lugar muito distante do atual, sem transporte público fácil. Muitos idosos também se disseram preocupados com esta questão. Morando há décadas na mesma comunidade, muitos não sabem, por exemplo, como darão continuidade a seus tratamentos de saúde se tiverem que morar em locais distantes, onde não existem postos de saúde, nem rede de transporte público. Também ouvi relatos sobre conjuntos habitacionais que estão sendo construídos em aterros sanitários ou em locais onde funcionaram lixões, como é o caso de um conjunto que ficará muito próximo do antigo lixão do Jangurussu.
A falta de informações, de conhecimento dos projetos e de canais de diálogo com o poder público é também uma constante em todas as comunidades. Sem nenhuma conversa prévia, de repente, um morador acorda de manhã cedo e vê pessoas medindo e marcando sua casa, sem saber o que se passa.
Além disso, mudanças recentes no plano diretor municipal dificultaram ainda mais a situação dessas comunidades. Com essas mudanças, propostas pelo Executivo, foram retirados das áreas de Zeis (Zona Especial de Interesse Social) os imóveis vazios próximos às áreas onde estão comunidades que foram definidas como Zeis para que pudessem ser urbanizadas e consolidadas. Ou seja, nestas áreas, agora, será ainda mais difícil transformar imóveis vazios em habitação de interesse social. E nas proximidades de muitas das comunidades que hoje estão sendo removidas existem muitos terrenos e imóveis vazios que poderiam ser reutilizados e servir de alternativa de moradia a essas pessoas.
Apesar do quadro preocupante, fiquei feliz em ver que existe uma pluralidade de atores sociais – organizações, movimentos populares, ONGs, associações de moradores, universidades, defensores públicos, parlamentares etc – articulados em torno dessa questão, tentando de alguma forma encontrar saídas para as comunidades que já estão sendo ou que serão afetadas. Uma das comunidades que visitei na sexta-feira, a Aldaci Barbosa, por exemplo, obteve uma grande vitória junto ao Governo do Estado: discutindo o projeto, que previa a remoção de toda a comunidade por conta das obras do VLT, os moradores conseguiram alterar vários pontos e com isso o número de famílias a serem removidas foi bastante reduzido.
Não tive a oportunidade de conversar com a Prefeitura de Fortaleza e com o Governo do Estado do Ceará. Tentei agendar reuniões com antecedência, mas não tive sucesso. Infelizmente, o que eu vi na capital cearense se enquadra no mesmo padrão de violação de direitos que vem ocorrendo em outras cidades-sede da Copa do Mundo que já tive oportunidade de visitar.
FONTE: Blog da Raquel Rolnik
Volta às aulas 2012.2
Retomando as atividades do semestre 2012.2 e com isso as publicações no blog da disciplina também voltaram ^^. Peço desculpas pela ausência, mas foi devido ao grande período de "recesso" por conta da greve das Universidades Federais do Brasil.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
[SEMINÁRIO] "Daqui não saio daqui ninguém me tira: as ZEIS e a luta contra a remoção de comunidades"
Seminário "Daqui não saio daqui ninguém me tira: as ZEIS e a luta contra a remoção de comunidades"
Dia 30 de junho (sábado), a partir das 8h, no Centro das Pastorais (Rua Rodrigues Júnior, 300, esquina com Costa Barros).
Realização: Escritório Frei Tito e CEARAH Periferia. Parcerias: INESP e Comissão de Direitos Humanos, Cáritas Diocesana, Comitê Popular da Copa, Mandato Ecos da Cidade, Movimento dos Conselhos Populares (MCP) e Serviço de Assessoria Jurídica Popular Universitária (SAJU).COMPAREÇAM E DIVULGUEM!
Estão querendo acabar com as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e não podemos deixar que esse retrocesso aconteça! Uma das grandes conquistas do Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDPFor) são as ZEIS. Com esse instrumento as comunidades de baixa renda passam a ter reconhecimento legal e tratamento especial que lhes assegura a regularização fundiária e urbanística, priorizando-as no contexto de desenvolvimento da cidade. Todas essas conquistas, no entanto, após mais de três anos da aprovação do PDPFor, não foram efetivadas pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Nenhuma das inúmeras ZEIS da cidade recebeu qualquer investimento prioritário para fins de regularização fundiária, demonstrando total violação à ordem urbanística.
Não bastasse a não aplicação das ZEIS, a Prefeitura ainda enviou projeto de lei à Câmara Municipal que altera o Plano Diretor para permitir que o setor imobiliário possa utilizar os terrenos vazios dentro das zonas especiais, independente de qualquer tipo de planejamento integrado. O projeto de lei foi aprovado pela maioria dos vereadores, sem nenhum tipo de participação popular, negando totalmente todo o processo participativo que resultou no PDPFor.
O que muda?
Com base nessa alteração, a Prefeitura poderá autorizar que sejam realizados projetos dentro das ZEIS sem nenhuma conexão com as práticas comunitárias nem controle social. Os terrenos vazios, que deveriam ser utilizados para projetos de habitação de interesse social ou construção de equipamentos sociais, ficarão submetidos aos interesses da especulação imobiliária. Até mesmo os compromissos já assumidos com as comunidades vêm sendo descumpridos.
A forma autoritária como a Prefeitura encaminhou a alteração ao Plano Diretor revela claramente que os interesses por ela defendidos não são os das comunidades, mas sim os do mercado imobiliário e dos grandes grupos econômicos. Esse retrocesso desrespeita e afronta todo o processo de conquistas e de participação, sendo, portanto, Ilegítimo e Ilegal! O que claramente está em jogo é o interesse do capital imobiliário, financiador de campanhas e da base política clientelista.
Luta!
Fortaleza tem em sua formação histórica, grandes comunidades que nasceram do enfrentamento à especulação imobiliária por meio de ocupações de terras ociosas. Hoje, muitas dessas ocupações são bairros autoconstruídos com muito sacrifício e sem nenhum apoio do poder publico. A luta pelo reconhecimento de direitos e pela segurança da posse dos moradores teve um capítulo significativo nos últimos anos.
Serviço:
Seminário "Daqui não saio daqui ninguém me tira: as ZEIS e a luta contra a remoção de comunidades".
Quando? Dia 30 de junho, sábado
Onde? Centro das Pastorais (Rua Rodrigues Júnior, 300, esquina com Costa Barros)
Horário? A partir das 8h
Mais informações: CEARAH Periferia (3261.2607) ou Ivna Girão (assessora de imprensa – 88175149).
sábado, 23 de junho de 2012
Visita da Raquel Rolnik (Fortaleza/Ce)
Fortaleza teve o prazer de receber nos dias 15 e 16 de junho de 2012 a Relatora
Especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik que é também arquiteta e urbanista,
professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Os alunos da disciplina Planejamento do Espaço Familiar tiveram a oportunidade de acompanhar a visita da relatora às comunidades que serão atingidas por obras da Copa do Mundo 2014.
FOTOS: Helena Selma Azevedo
[PALESTRA] O Estatuto da Cidade (2012.1)
No iníco do mês de maio os alunos da disciplina de Planejamento do Espaço Familiar tiveram a oportunidade de participar da palestra sobre o Estatuto da Cidade, com Ana Aline Furtado Soares.
Palestrante: Ana Aline Furtado Soares
Data: 08 de maio de 2012
Local: Departamento de Economia Doméstica - UFC
segunda-feira, 28 de maio de 2012
[SEMINÁRIO] "A COPA QUE NINGUÉM VÊ" - com Raquel Rolnik
DIA: 15 de junho de 2012
HORÁRIO: 19hs
LOCAL: Auditório da Faculdade de Direto da UFC
Rua Meton de Alencar, s/n - Centro - Fortaleza - CE
DIA: 16 de junho de 2012
Visita as comunidades que sofrerão algum impacto pelas obras da Copa do Mundo 2014*
*Mais informações com a Cássia, monitora da disciplina
Mais informações: NAJUC
terça-feira, 8 de maio de 2012
[SEMINÁRIO] Seminário Conflitos Socioambientais e Direitos Humanos
Entre os dias 16 e 19 de maio a Faculdade Christus realizará o “Seminário Conflitos Socioambientais e Direitos Humanos", em parceria com a Associação Cearense do Ministério Público, a Associação dos Defensores Públicos do Estado do Ceará, Associação dos Geógrafos do Brasil, o Centro de Assessoria Popular Caldeirão, a Justiça Federal – Ceará, o Grupo de Pesquisa Teorias Críticas – UFC, o Núcleo Tramas – UFC, a Rede Nacional de Advogados e Advogadas Popular eoTerramar. O evento visa debater a relação entre Justiça Ambiental e Direitos Humanos, com ampla abordagem de juristas ligados ao Sistema de Justiça, participantes de movimentos populares e estudiosos do assunto.
A ênfase à formação teórica e prática, por meio de diálogos
interdisciplinares e vivência de casos práticos é um dos pontos de
destaque do Seminário. A organização do evento, na Faculdade Christus, é
do Escritório de Direitos Humanos (EDH). O Seminário será gratuito. A única atividade paga será a Trilha Ecológica. Confira a programação completa e participe.
Seminário Conflitos Socioambientais e Direitos Humanos
De 16 a 19 de maio, no Campus Dom Luís - exceto aula de campo (Comunidade Trilha do Senhor) e Trilha Ecológica (Lagoa Encantada/Jenipapo-Kanindé)
Inscrição no Seminário: preencher formulário e enviar para
seminariodireitoshumanos@gmail.com
*Inscrição para a Trilha Ecológica (aberta
somente aos inscritos no Seminário): na tesouraria da Faculdade
Christus. R$ 20,00. Inclui: translado ida e volta (saída da Faculdade
Christus às 7h), almoço, guia para a trilha, visita ao museu
Jenipapo-Kanindé, roda de conversa com lideranças e professores
especialista em Direito de Povos Indigenas.
FONTE:Faculdade Christus
domingo, 29 de abril de 2012
[PALESTRA] "A Cidade como Espaço Educativo”
O
Laboratório de Estudos Urbanos e Geografia Cultural (LEURC) do Programa
de Pós Graduação em Geografia da UECE (PROPGEO) tem o prazer de
convidar a tod@s para a palestra intitulada “A Cidade como Espaço
Educativo”, que será proferida pela Profª Dr.ª Maria de Fátima Almeida
Martins da Universidade Federal de Minas Gerais, no dia 30 de Abril de
2012, às 8:00 no auditório do PROPGEO. O objetivo da palestra é fazer
uma discussão sobre a cidade como espaço educativo e refletir sobre como
e o que se entende por cidade, qual perspectiva analítica para tratar a
temática e a posição de autores como Lefebvre, Seabra e Carlos. Tal
palestra visa ainda pensar a cidade como lugar da vida e das coisas que
se modificam e acompanha o movimento da história dos homens, a cidade
constituída como lugar do encontro. Na ocasião, a professora também
participará de uma banca de qualificação do mestrando Felipe Silveira de
Moares Pereira, integrante do LEURC.
Este
evento faz parte das atividades do grupo de pesquisa Metropolização,
Mobilidade e Redes do Laboratório de Estudos Urbanos e Geografia
Cultural, que é coordenado pela professora Drª Zenilde Baima Amora. Tal
grupo vem debruçando suas investigações desde o ano de 1999 sobre a
Urbanização Cearense e Brasileira envolvendo os estudos de
Metropolização, Mobilidade, Cidades Médias, Indústria, Serviços e Redes
numa perspectiva geográfica e fazendo relações com outras áreas da
ciência. Os resultados dessas pesquisas têm sido verificados em
monografias de graduação, dissertações de mestrado, livro organizado,
capítulo de livros nacionais e artigos publicado em revistas nacionais e
internacionais. A palestra será aberta ao público e não é necessário
realizar inscrição.
Maiores informações no LEURC: 3101 9964 – www.uece.br/leurc
Palestra: “A Cidade como Espaço Educativo”
Conferencista: Profª Drª Maria de Fátima Almeida Martins
Local: Auditório do PROPGEO
Data: 30/04/2012
Horário: 8horas
Coordenação: LEURC/PROPGEO
Fonte / informações: no LEURC, 3101 9964 – www.uece.br/leurc
Professora Glauciana Alves Teles (85) 8647 0357 / 9606 6746
sábado, 14 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
III ENCONTRO DO LABORATÓRIO ESTADO, TRABALHO, TERRITÓRIO E NATUREZA
Durante os dias 15 a 18 de abril de 2012 as equipe dos Núcleos Urbano, regional e de metodologia do Laboratório de Estudos de Politicas Públicas irão participar do III ENCONTRO DO LABORATÓRIO ESTADO, TRABALHO,
TERRITÓRIO E NATUREZA – ETTERN
GLOBALIZAÇÃO, POLÍTICAS TERRITORIAIS, MEIO AMBIENTE E
CONFLITO SOCIAL
Local:
Mara Palace Hotel, Vassouras.
[REPORTAGEM] Moradia popular no lixo: imagens de um Brasil que precisamos encarar
Por Raquel Rolnik | Habitat
Recebi esta semana estas fotos de um leitor que, passando por uma estrada no Maranhão, deparou-se com este panorama. Trata-se de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, construído ao lado de um lixão, na cidade de Santa Luzia, no interior do Estado, que, por sinal, é um dos que mais teve projetos construídos pelo programa. A lógica de produção de casas no terreno mais barato possível leva esses empreendimentos para as terras mais desvalorizadas e, em muitos casos, perto de áreas contaminadas como esta. Com certeza, esse não é o único caso.
As imagens falam por si, mas não custa lembrar: o processo de produção de habitação que corre a todo vapor em nosso país está completamente desvinculado de um processo de qualificação da produção e gestão das cidades. Falta política urbana e falta gestão urbana. Lixões como este não deveriam mais existir, muito menos conjuntos habitacionais no meio do nada, junto a áreas contaminadas. De um lado, temos municípios precários, com pouquíssima ou nula capacidade de planejamento e gestão, e, de outro, um programa federal de produção de moradias que em nada ajuda a mudar essa situação.
Estas são, no fim das contas, imagens da precariedade da política urbana no Brasil em um momento em que temos recursos para enfrentar o problema do déficit de urbanidade.
PS: enviei as fotos para a Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades e para a Caixa Econômica Federal e ambos responderam que vão apurar o caso.
FONTE: Yahoo Notícias
Acesso em: 13.04.2012
Acesso em: 13.04.2012
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